terça-feira, junho 22, 2004
MARQUÊS DE SADE(1740-1814)
sexta-feira, junho 18, 2004
Cheguei do trabalho alucinada para beijar o João Pedro. Ao entrar em casa, escutei o barulho da água do chuveiro e vendo que a porta do banheiro estava aberta, resolvi que daria um susto nele.
Entrei no banheiro de um salto só e soltei um grito.
O bichinho estava, neste exato momento, todo ensaboado. Ele deu um pulo e ao voltar a tocar no chão, seus pés escorregaram e ele foi direto se estabacar no chão. Prevendo que ele ia dar de cabeça num degrau de azulejo, soltei outro berro, fechei os olhos e comecei a chorar, mas ele se apoiou nos braços e conseguiu evitar a merda que eu causaria.
E ele, coitadinho, ainda veio me acalentar, dizendo que não tinha se machucado e que era para eu parar de chorar.
Por favor, Deus, ou dá mais um anjo da guarda para ele ou proteja o João Pedro de mim.
quinta-feira, junho 17, 2004
Ontem, a noite, desfrutei de todas essas coisas.
Saí do trabalho e fui, junto com o Hardy (fiel companheiro, perseguidor e fotógrafo), assistir CAZUZA, ótimo filme, eu recomendo. Terminada a sessão, fomos para a terapia de toda quarta-feira na GANP, onde estavam Lanika (por que será que sempre que vamos ao banheiro temos que brincar de “Prá quem eu dou”?), James Bond (o colecionador), Skol (ontem estava muito quietinho, quase pueril), George (saiu cedo porque ia para a labuta), Cípris (que chegou tarde por culpa da labuta), Déééééél (mansinho como sempre), HolyPig (aniversariando amanhã, aliás, temos que marcar um campeonato de “2 segundos”), Sudério (o enxadrista mais expressivo, jamais visto), Lobo e o seu rabo (aliás, belo rabo!), André (litle red, conseguiu fazer minha mutação aflorar), Aída (ouvi dizer que ela tem o telefone da Pamela Anderson) e o Lauro (o personificador de piadas).
E, hoje pela manhã, percebi que o meu dia seria maravilhoso, quando fui acordada pelo canto de um bem-te-vi. Uma gracinha, um canto, eu diria, refinado. Levantei-me, mal desperta ainda, olhei para o relógio que apontava as 05:00hs, me dirigi à janela do meu quarto para apreciar esta manhã especial e vislumbrar o despertar do sol, mas não, sem antes, torcer o pescoço do bem-te-vi filho da puta até não mais escutar o seu pio. 05:00 da manhã. Isso lá é hora de pássaro cantar?
terça-feira, junho 15, 2004
VESTIDA PARA ENCENAR UM TANGO VULGAR
Não, não fique aí me olhando, chegue mais pertinho.
Hummm, também não se afobe, não tenha pressa. Desta vez não vou fugir, estou aqui e quero ser sua.
Vem, se aproxime, encoste teu corpo em minhas costas e me abrace por trás. Mais forte! Me abrace mais forte para eu sentir o calor do seu corpo. Isso!
Agora deslize suas mãos pelos meus braços, desça-as até minha cintura, me puxe para mais perto, morda meu pescoço e aperte minhas coxas.
Coloca a sua perninha aqui na cadeira, vem, me puxa pelos cabelos e me faça deitar sobre seu joelho. Apóie minha nuca sobre sua mão, sinta meu cheiro enquanto alisa meus seios.
Mãos fortes, desejosas. Dá-me um beijo? Quero que me beije enquanto passeia com sua mão pelo meu corpo. Sinta minha barriga tremer ao seu toque, brinque com meu umbigo. Sei no que está pensando. Quer enfiar a mão por dentro da minha calcinha agora?
Sabes que não pode. Estamos num ensaio. E eu, vestida para encenar um tango vulgar.
quarta-feira, junho 09, 2004
Dia da perereca beber água de canudinho e do touro beber água em bizaca de couro.
E aproveitem para comer muito pastel de cabelo.
Isso é que dá trabalhar com um paraibano que vive dizendo que ele é analfabeto mas não é burro. Ele tem cada tirada!
terça-feira, junho 08, 2004
No sábado, recebi a notícia de que tinha perdido um familiar que cresceu comigo. Não costumo chorar pela morte das pessoas que foram boas e que seguiram um bom caminho, mas quando sei que o caminho escolhido por alguém, leva a sofrimentos, isso me entristece e a morte dessa pessoa, foi o resultado do caminho que ela escolheu.
No domingo, seria o enterro e eu queria muito ir, mas mudaram o horário na última hora e eu saí de casa atrasada. Nunca senti nada igual. Você sair de casa para ver uma pessoa, sabendo que talvez não chegue a tempo de vê-la e essa seria a última chance de fazê-lo. Fui pelo caminho pensando na última oportunidade perdida e comecei a lembrar das pessoas que passaram e que estão na minha vida e que não sabem o que realmente eu penso, o que eu sinto por elas e até mesmo, quem é a Flávia, porque não me deixo conhecer, porque prometi não deixar que venham a me ferir novamente, porque acho que para algumas pessoas não faz diferença o que sinto e não faz mesmo, mas como saber quem são essas pessoas, se nunca sou ou estou inteira.
Nossa! Quantos momentos bons me recusei a ter por pensar no depois, no medo de sair machucada e até no que as pessoas iriam pensar! Quantas pessoas não se tornaram mais próximas porque fugi desse contato. Quantas pessoas me proporcionaram e proporcionam coisas boas e não sabem, porque não digo.
Eu morro de medo de altura, porque no meu medo eu me imagino despencando e me espatifando no chão, não confio nos equipamentos de segurança, enfim, sempre me vejo caindo de lugares altos, mas não perco a oportunidade de me jogar do alto de algum brinquedo, nem que seja apenas uma vez. Eu luto contra as dores nas pernas e as tonteiras e vou, porque sei que o caminho até o chão é divertido, o frio na barriga e o suor fazem parte da adrenalina e isso é muito gostoso.
Agora, antes de dizer um não, antes de me omitir, antes de fugir e me esconder, vou lembrar do meu medo de altura e do esforço que faço para vencê-lo.
Hoje me vi pensando nos caminhos que não segui, nas opções que não fiz, no que seria diferente na minha vida, se tivesse me arriscado mais, se tivesse ido mais fundo nas oportunidades que surgiram.
Eu que cuidei tanto para que não me machucassem, no domingo, percebi que aquela dor imensa que eu estava sentindo e que só vem aumentando, foi uma dor que eu mesma plantei quando comecei a me camuflar.
quinta-feira, junho 03, 2004
Meu mundo não é aqui.
Mas se tenho que estagiar por aqui, que seja do melhor modo.
Se for para sentir dor, que não seja a dor da solidão.
Se for para odiar, que não seja o ódio rancoroso. Quero o ódio excêntrico, aquele que está diretamente ligado ao amor.
Se for para amar, não quero o amor vil. Quero o amor envolvente, que abraça e acolhe com sabedoria.
Se for para ter sapiência, que a sapiência seja húmile, despida de vaidade. Cada um é sapiente naquilo que se propõe a ser ou naquilo que se DOMina. Não quero a sapiência que deflora com arrogância.
Se for para ser arrogante, que seja a arrogância debochada, irônica, que cala os tolos e imbecis, quando sua sutileza não é esperada.
Se for para esperar, que essa espera seja usada para exercitar a minha paciência e não vista como perda de tempo.
Porque não gosto deste mundo e não quero perder nada por aqui.
Se eu deixar algo para trás, deste mundo farei parte novamente e, meu mundo não é aqui.